terça-feira, 15 de setembro de 2015

Em quatro dias, 23 crianças se afogam em travessias rumo

A imagem do menino sírio Alan Kurdi, de 3 anos, morto em uma praia turca, tornou-se um símbolo da atual crise de imigração, mas seu caso está longe de ser uma exceção.

Apenas nos últimos quatro dias, ao menos outras 23 crianças morreram afogadas em travessias marítimas para a Europa, enquanto suas famílias tentavam escapar de conflitos e da pobreza.

Quatro estavam em uma embarcação de madeira que afundou nesta terça-feira (15) no mar Egeu, na costa da Turquia, a apenas 2,5 km da praia onde o corpo de Alan foi encontrado há duas semanas.

Segundo o governador da Província de Mugla, Amir Cicek, 271 pessoas estavam em um barco com capacidade para até 60 ocupantes. Ao todo, 249 foram resgatadas e 22 se afogaram.

No último domingo, 15 crianças, entre elas quatro bebês, morreram depois de um barco de madeira afundar próximo à ilha de Farmakonissi, na Grécia. O naufrágio deixou outras 19 vítimas, e cem pessoas foram resgatadas.

Um dia antes, no sábado (12), quatro crianças se afogaram depois de um barco naufragar próximo à ilha grega de Samos.

O próprio Alan não era a única criança do naufrágio que tirou sua vida. Seu irmão, Ghalib, de 5 anos, e mais três crianças estavam entre as vítimas.

'Não pude fazer nada'

O iraquiano Jay foi um dos sobreviventes do naufrágio de domingo passado. Os ocupantes da embarcação que naufragou teriam pago entre 1.250 euros e 1.500 euros (entre R$ 5.400 e R$ 6.500 na cotação atual) por um lugar no barco de madeira.

Jay disse ter conseguido ajudar alguns de seus ocupantes, mas sente-se culpado por aqueles que sucumbiram às ondas.

"Vi crianças morrendo, mulheres morrendo, e não pude fazer nada", afirmou à BBC.

Segundo Jay, os traficantes de pessoas sírios que conduziam a embarcação a afundaram de propósito, a golpes de martelo, para chamar a atenção de militares da ilha grega próxima.

Em entrevista à agência Associated Press, o imigrante sírio Mohamed Sheik, de 38 anos, contou ter cruzado o mar Egeu com sua família e visto metade dos integrantes de uma família se afogar.

"Crianças estão morrendo. Todos os dias, 20 a 30 pessoas se afogam no mar", disse.

Ele pede que autoridades europeias encontrem maneiras de dar algum porto seguro aos refugiados.
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Por: Karol
Fonte; http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2015/09/15/tragedia-sem-foto-em-quatro-dias-23-criancas-se-afogam-em-travessias-rumo-a-europa.htm

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